PERÍODOS DA HISTÓRIA DA MÚSICA
Pode
dividir-se a História da Música em períodos distintos, cada qual identificado
com um estilo que lhe é peculiar. É claro que um estilo musical não surge da
noite para o dia, é um processo lento relacionado com a evolução social e com
as mudanças de mentalidade que definem cada época, cada geração.
PRÉ-HISTÓRIA
Podemos
imaginar que o homem primitivo comunicou, desde muito cedo, usando sinais
sonoros. Muito antes do aparecimento dos primeiros instrumentos, já o homem
fazia a sua música, imitando os sons da Natureza: com gritos, sons corporais,
batendo com paus, ramos, pedras, conchas... Foi quando o homem começou a
produzir sons intencionalmente que se iniciou a longa caminhada à qual chamamos
História da Música. Há vestígios - nas pinturas das cavernas - de que o homem
utilizava a música nas cerimónias rituais: encorajamento para a caça, evocação
das forças da natureza, cultos dos mortos... Primeiro usaria somente a voz e
outros sons do corpo; mas, ao longo do tempo, foi construindo instrumentos e
com eles acompanhou essas músicas e danças, para as tornar mais ricas e assim
agradar mais aos seus deuses.
MÚSICA DA ANTIGUIDADE
Nas grandes
civilizações antigas - Egipto, Grécia, Roma - a música tinha um papel
fundamental em todas as actividades do dia-a-dia. No Egipto, havia música tanto
no palácio do Faraó como a acompanhar o trabalho dos campos. Os músicos eram
normalmente mulheres. A música tinha origem divina e estava muito ligada ao
culto dos deuses. A harpa, a lira e o alaúde eram muito usados. Na Grécia -
Atenas -. todos os anos se realizava um concurso de canto. As peças de teatro
eram acompanhadas por música. Os gregos cultivavam a música como arte e como
ciência. Era uma das quatro disciplinas fundamentais da educação dos jovens. O
órgão é uma invenção grega. Em Roma, as lutas dos gladiadores eram acompanhadas
por trombetas. Os ricos aprendiam música e realizavam concertos nas suas casas.
Na rua, malabaristas e acrobatas representavam, acompanhados por flautas e
pandeiretas. Grupos de músicos obtinham licenças especiais do Imperador.
MÚSICA MEDIEVAL
Com a
decadência do Império Romano e a implantação do cristianismo, a Igreja passa a
ter um papel decisivo na evolução da música. São os monges que, nos mosteiros,
continuam o trabalho iniciado pelos Gregos, desenvolvendo a teoria e a escrita
da música. Começa a haver uma grande separação entre a música religiosa e a
música popular. Uma das grandes diferenças entre estes dois tipos de música,
está nos instrumentos usados. Na Igreja, apenas o órgão era permitido enquanto
que na música popular - música profana (não religiosa), havia a Rabeca, o
saltério, o alaúde, a charamela, a sanfona, o realejo, etc.
A língua usada
nos cantos da igreja era o Latim, enquanto que na música popular eram usados
dialectos próprios de cada região. Os Menestréis eram músicos que andavam de
terra em terra, juntamente com os saltimbancos, levavam as notícias nas suas
andanças e apregoavam-nas cantando. Os Trovadores eram nobres que compunham
música e poesia, tendo como tema o amor de um cavalheiro por uma bela dama. A
escrita musical, tal como hoje a conhecemos, deve muito aos mil anos da Idade
Média, pois foi durante esse período que ela foi evoluindo até chegar ao código
actual.
MÚSICA
RENASCENTISTA
Foi uma época
de grandes mudanças na Europa. O homem do Renascimento já não vive apenas
dominado pelos valores da Igreja, mas encontra valores nele próprio e na
natureza. A Igreja tornou-se menos rígida, permitindo uma aproximação entre a
música sacra e a música profana. Os governantes e os homens ricos desempenham a
partir de agora um papel muito importante na evolução da música, concedendo aos
compositores audições e oportunidades de trabalho, promovendo festas e
acontecimentos culturais.
MÚSICA BARROCA
O Barroco é um
período em que a música instrumental atinge, pela primeira vez, a mesma
importância que a música vocal. O Violino afirma-se e a orquestra vai tomando
uma forma mais estruturada. Surge a Ópera e o Ballet. Os instrumentos de tecla
têm uma grande evolução e o cravo aparece como instrumento solista, e não
apenas acompanhante. A música do Barroco é exuberante, de ritmo e frases
melódicas extensas, fluentes e muito ornamentadas. São usados contrastes de
timbres e de intensidades.
MÚSICA CLÁSSICA
No período
Clássico, a música torna-se mais leve e menos complicada que no Barroco.
Predomina a melodia com acompanhamento de acordes, as frases são bem delineadas
e mais curtas que anteriormente. A dinâmica das obras torna-se mais variada,
aparece o Sforzato (acentuação forte numa nota), o crescendo (aumento gradual
da intensidade do som) e o diminuendo (diminuição gradual da intensidade do
som). A música é tonal. O cravo cai em desuso e é substituído pelo piano. A
orquestra cresce em tamanho e acolhe um diversificado número de instrumentos. A
Ópera conhece um grande desenvolvimento e popularidade e começa a tratar temas
do dia-a-dia. É uma época extremamente fértil em grandes compositores e talvez
a mais produtiva de todos os períodos da história da música. Viena de Áustria é
considerada a capital da música clássica, pois foi lá que se concentraram a
maioria dos compositores.
ROMANTISMO
É o período da
liberdade de expressão de sentimentos e paixões. Paris junta-se a Viena e
tornam-se os principais centros de música da Europa. Os compositores
libertam-se da tutela dos nobres que os empregavam e passam a compor
livremente. Os concertos públicos tornam-se mais frequentes e começam a
aparecer as grandes salas de espectáculos. A fantasia, a imaginação e o
espírito de aventura desempenham um papel importante na música deste período.
Surge a Música Descritiva com os poemas sinfónicos. A literatura exerce uma
enorme influência na música romântica, que está demonstrada na grande
quantidade de Lied - Tipo de cação que floresceu neste período. Os músicos
interessaram-se pela música folclórica, indo aí buscar material para compor. É
dado ênfase às melodias líricas. As harmonias são ricas e contrastantes,
explorando uma gama maior de sonoridades, dinâmicas e timbres. As obras tomam
proporções grandiosas e a orquestra atinge uma dimensão gigantesca.
MUSICA DO SÉCULO XX
O Romantismo
explorou até ao limite as possibilidades da música tonal. O século xx surge
como o século das experiências, da procura de novos caminhos na música e nas
artes em geral. É o demonstrar das formas convencionais e a valorização de
novas perspectivas, a procura de novos materiais e a utilização de recursos
trazidos pelos avanços tecnológicos. Acentua-se a tendência para valorizar culturas
até então esquecidas. Os novos meios de transporte e comunicação facilitam as
trocas culturais e fazem com que se conheça na música moderna influências muito
variadas. O aparecimento da gravação sonora abre um mundo novo à produção
musical. A procura de novas sonoridades faz com que os compositores explorem
sons produzidos por objectos, transformando-os em instrumentos musicais. Os
instrumentos convencionais são transformados e preparados de forma a alargar as
suas possibilidades tímbricas. O timbre, nesta época, é talvez o parâmetro mais
valorizado na música. Surgem os primeiros instrumentos electrónicos, que
ficarão para sempre ligados à música Pop Rock, embora também estejam presentes
noutros géneros musicais. O piano é um instrumento muito usado em experiências
no campo da investigação tímbrica. Têm
sido usadas técnicas muito simples, como seja: tocar agregados sonoros
(clusters), usando o cotovelo, o antebraço ou mesmo a mão aberta sobre as
teclas, tocar directamente nas cordas do piano com os dedos, como se se
tratasse de uma harpa.
Há compositores que para obter
novas sonoridades, colocam folhas de papel entre as cordas do piano ou objectos
sobre as cordas (bolas de ping-pong). Das tendências e técnicas mais relevantes
da música do séc. XX, encontram-se muitos sistemas musicais.
I-
Ouve com atenção a
leitura do texto e as respetivas explicações.
II-
Responde às questões que
a tua professora te vai colocar.
III-
Depois de relembrares a
música e letra da canção “A loja do Mestre André” vais agora ouvi-la em vários
estilos musicais ao longo dos tempos. (ver ficha de Expressão Musical).
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